quarta-feira, 26 de outubro de 2016

As eleições americanas

Se há coisa que me irrita profundamente é a leveza com que muitas pessoas encaram as eleições americanas, como se em nada nos afectasse. 
Os EUA, quer queiramos quer não, são o actor político mais importante. O papel que representa no plano da politica externa, para nós, é importantíssimo e menosprezar o momento político que aquele país está a viver é só uma posição mal informada.

Pensemos assim, daqui a um ano Donald Trump pode ser presidente dos EUA. E estas são só algumas das pérolas que este senhor nos tem presenteado.

"Quando o México manda seu povo [aos EUA], mandam pessoas que têm um monte de problemas e trazem estes problemas para nós. Eles trazem as drogas, trazem o crime, são violadores. E alguns deles, eu confesso, são boas pessoas"


"Olhe para o rosto dela. Será que alguém vai votar nela? Você pode imaginar que esse será o rosto do nosso próximo presidente? Quero dizer, ela é uma mulher, e eu não deveria dizer coisas ruins, mas na verdade, gente, fala sério…”


"Se as pessoas que foram mortas em Paris tivessem armas, pelo menos eles teriam uma chance de lutar. Não é interessante que a esta tragédia tenha ocorrido em um dos países com uma das leis de armas mais duras do mundo? Lembrem-se: onde ter armas é um delito, só os delinquentes as possuem"


Agora, queremos mesmo este homem a governar o país mais poderoso do mundo? O país com a política externa mais agressiva. O "policia" do mundo. 
Eu não quero! E é extremamente assustador que existem pessoas que o vejam como uma possibilidade viável e credível.

Sem esquecer o papel importante para a representação feminina se a Hillary Clinton chegar a presidente.
Verdade seja dita que a senhora não é a personalidade política com o passado mais transparente, mas entre ela e o Donald Trump não há sequer espaço a segundas opções.

Se a senhora Clinton conseguir a eleição vai ser a primeira mulher presidente dos EUA. E isso é importantíssimo. Depois do primeiro presidente afro-americano, uma mulher na presidência é um passo enorme para a afirmação política das mulheres no mundo. 

Estamos num momento histórico do mundo. 
Se por um lado podemos ter a primeira mulher a liderar os EUA, por outro, temos a possibilidade real de ver um machista, xenófobo e racista como presidente e sem medo de mostrar a sua posição.

Assim, é importante. É importante sabermos o caminho que o mundo segue, mesmo que seja um mundo longe do nosso. 

4 comentários:

  1. Concordo e subscrevo. Costumo dizer que o povo português é extremamente burro, mas parece que essa "condição" é global. Espero sinceramente que a Hilary consiga ganhar.

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  2. Eu não entendo que um país que se considera tão evoluído como os States compactuam com declarações que o Trump faz! Enfim! Só espero que ele não ganhe.
    Beijinhoo
    RITISSIMA BLOG

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  3. Até fico apavorada com a simples ideia do Trump poder vir a ser eleito! O homem é um animal! Pergunto-me como sequer o deixam concorrer com tantas barbaridades que diz...enfim, espero mesmo que a Hilary ganhe, não só para destronar o Trump mas também porque vai ser a primeira mulher presidente dos EUA. E isso é qualquer coisa de grande!

    Beijinhos
    http://popupbyana.blogspot.pt/

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  4. É verdade, são dois extremos - a primeira mulher presidente ou um presidente ridiculamente fechado, preconceituoso e ignorante. É realmente assustador que o Trump tenha chegado tão longe, se ele ganha nem quero imaginar...

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