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terça-feira, 7 de junho de 2016

Livro da semana, Noites Brancas, Fiódor Dostoiévski



"Como personagem central se tem o Sonhador, que em uma das noites brancas da capital São Petersburgo apaixona-se por Nástienka. Nesta obra, diferentemente de outras, em que a preocupação social é a directriz para o enredo, desta vez encontramos um Dostoiévski romântico, lúdico. O personagem principal, que ao contrário das versões teatrais e cinematográficas, não tem nome, vaga errante pela "noite branca" de São Petersburgo."Noite branca" refere-se a um fenómeno comum na Europa em que, mesmo com o Sol se pondo ele permanece um pouco pouco. abaixo da linha do horizonte,deixando a noite clara, causando uma atmosfera onírica. Um encontro casual muda completamente a vida do até então solitário protagonista: conhece a ingênua e também sonhadora Nástienka, que aos prantos, espera aquele a quem um ano antes tivera prometido o seu amor."



Já vos contei qual é o meu livro favorito no mundo, mas hoje venho-vos falar do livro que competiu para o lugar e, por vezes, ainda me faz vacilar de tão bom. 

Por volta dos meus 15 anos comecei a ler autores russos e apaixonei-me pela escrita de  Dostoiévski e Pushkin
Mas foi Dostoiévki que fez o meu coração bater mais forte quando li Noites Brancas.
Noites Brancas é um romance de sonhos e luta. É terno, doce e inspirador. 
Fala de eternização de momentos, de como a nossa vida pode mudar rapidamente. 
A obra retrata a luta pelo amor e sonhos, como a humanidade é levada na procura incessante da felicidade.

É um livro maravilhoso. Recomendo muito a sua leitura. 




terça-feira, 5 de abril de 2016

Livro da semana, Wuthering Heights, Emily Brontë




Antes de mais tenho que avisar, isto é uma carta de amor.

A primeira vez que li o Monte dos Vendavais tinha 12 anos e detestei. Detestei com tanto afinco que apenas acabei de o ler porque tenho um código pessoal no que toca a abandonar livros, não o faço. Ponto.
Não percebi a profundidade das personagens, achei os protagonistas desequilibrados e a história muito estranha. 
Coloquei-o de volta à estante e apenas lhe toquei passado alguns anos.

Como sempre acreditei que as pessoas mudam de opinião e amadurecem, naquela tarde de férias de Natal, com um frio para lá do normal, a lareira convidava a um livro. Mas não havia nenhum novo. Procurei, procurei, mas nada me chamou a atenção até que aquele livro gasto me piscou o olho. 
Muito reticente lá lhe peguei e pensei "Porque não?"

E aqui começou a nossa história de amor.
Depois de o acabar de ler, de madrugada, estava abalada, maravilhada e arrebatada.
É verdade que cinco anos mais tarde a maturidade é muito diferente. Nestes cinco anos tinha visto, sentido e vivido muito mais, mas continuo sem perceber como na minha primeira leitura o detestei tanto.
Este livro é O livro. Uma obra de arte. 

Brontë foi impar a criar as personagens. O amor cruel de Heathcliff e Catherine nada mais é que uma profunda e dramática história de amor, longe dos entraves do politicamente correcto.
Heathcliff, a minha personagem mais amada, é isso mesmo, a personificação das sensações e sentimentos mais crus e humanos. Não é bom nem mau, é humano.
O amor que sente por Catherine é tão forte que tanto o mantêm como o destrói, a sede de vingança e tão poderosa como a saudade e o medo que transmite.  
É uma personagem única, maravilhosa e marcante.
“Terror made me cruel . . .” 

É uma história que podemos transportar por décadas sem perder a actualidade, quando conseguimos transpor a barreira da descrença e perceber como podemos, tão bem, ser descritos na história.
Todos os lados lá estão, todas as barreiras aos sentimentos no oposto à liberdade sem pudor. Apenas temos de a compreender e aceitar, que todos podemos enlouquecer de amor.
“If you ever looked at me once with what I know is in you, I would be your slave.” 

Já li o livro em três línguas distintas, no inglês original, em português e espanhol. Gosto de fazer este exercício com os livros que mais amo, porque cada língua dá uma nova vida as personagens é à história.

Recomendo a todos, recomendo mesmo muito. É o meu livro amado, o que está à cabeceira da minha cama. É um grande marco literário e o livro que mais me marcou. 
A escrita é fabulosa, não tão acessível a quem não tens o olho treinado para literatura mais "pesada". 
Mas vale muito, muito ler.

“He's more myself than I am. Whatever our souls are made of, his and mine are the same.”