segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Tu és suficiente!

Nunca passei por um térmito de relação amorosa. O E foi a minha primeira relação séria. 
Todos os restantes, nunca os vi como uma coisa para o futuro, assim, quando acabou foi só uma confirmação do que já previa.
Mas já assisti a muitas. De amigas, primas, tias e conhecidas. Muitas mulheres fortes e capazes mas que na altura das rupturas se transformam em seres menores e frágeis.

Lembro-me de duas rupturas que me ficaram marcadas na alma. Duas tias que foram muito maltratadas, uma até fisicamente. Que nunca tiveram a coragem de dizer chega e quando os seus maridos o fizeram, a vida parou para elas. 
E só quando iniciaram novas relações, muito rapidamente, foram felizes.
Compreendo que muitas pessoas só são felizes em relações, são feitas para estar com alguém.
Se isso já me preocupa, o que me aflige mesmo é a messagem que passa.

Não acredito que temos de ser exemplos para o mundo. Nem todos temos essa exigência, felizmente. No entanto, há sempre pessoas que são influenciadas por nós. 
Filhas, sobrinhas e amigas.
E se lhes damos o exemplo que sozinhas não somos suficiente, estamos a proliferar a dependência intrínseca que ligam ao género feminino.

Nós, mulheres, que desejamos e lutamos há séculos por igualdade e direitos, temos de começar a acreditar e a espalhar essa crença.
Uma mulher, sozinha ou acompanhada, é suficiente por ela própria. Não precisa de ninguém para ser alguma coisa.
É forte, capaz e determinada. Inteligente, bonita e lutadora. Somos tudo o que precisamos. 

Somos suficientes.
E temos de uma vez começar a espalhar esta mensagem para que as futuras gerações percebam que não precisam de estar ligadas a ninguém para serem mais e melhores. 

12 comentários:

  1. Gostei muito do que disseste e concordo, embora dependa muito das situações! Uma coisa é teres uma boa relação e que acaba de um momento para o outro, ai confesso que também ficaria sem chão por uns momentos outra é "arrastar" uma má relação durante anos pensando que um dia irá dar certo e quando dão por si já tem filhos casados, netos etc. e não viveram!!!!

    Beijinhos...adorei o texto!

    ❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤
    Meu cantinho Lusitana❤Blog
    “Página- FACEBOOK”

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  2. Gostei tanto desta tua mensagem... É incível como por vezes desvirtuamos e nos esquecemos de coisas tão simples...
    Beijinho e gostei de conhecer o teu cantinho

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  3. Eu também, o meu namorado foi o 1º.
    Mas nem penso se vai acabar, se não vai. Se acabar, acabou.
    Já fui muito dependente e dou graças a Deus por já não o ser mais.

    Percebo onde queres chegar com o exemplo. Tenho uma tia que, nunca sofreu de violência, mas anda a dar um exemplo aos filhos, tanto que o rapaz, já é meio avariado... =/

    Beijocas

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  4. Teu texto tem tanto de bonito como de verdade! Assim temos sempre que pensar e agir. Ter alguém é bom, só se for para trazer coisas melhores, mas nada esta acima da Nossa importância.

    Beijinhos e boa semana

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  5. Boa mensagem! Mesmo!!!
    Beijinhos
    elisaumarapariganormal.blogspot.pt

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  6. Concordo imensamente contigo e neste contexto nem se fala. Seremos sempre um exemplo para alguém: irmã mais nova, filha, prima, amiga, não imposta. Tenho uma pessoa como a tua tia na minha família, infelizmente nunca refez a sua vida e viveu e vive para um homem que a trata como se fosse lixo. É revoltante. Tenho sentimentos opostos por ela: raiva e pena. E cresci sempre a pensar "Eu não quero ser como ela.". Por acaso calhou de eu ter uma personalidade vincada ou até do contra, porque se eu fosse pelo exemplo dela, quem seria eu hoje? Mais uma desgraçada e infeliz para a vida toda?

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  7. Tens toda a razão. Muitas vezes quando nos envolvemos em certas relações torna-mo-nos dependentes de outra pessoa para que o conceito de felicidade de criamos esteja completo. Mas isso só acontece quando as relações não são, de alguma forma, saudáveis - porque não pode ser de outra forma.
    Eu já passei pelo término de uma relação amorosa que me fez desabar e duvidar de tudo em mim, questionar e sentir-me incapaz, insuficiente e isso tudo. Mas depois, para recuperar, fiz um percurso só meu, fundamental para a recuperação, cresci e, principalmente, aprendi muito de mim. Isso tornou-me mais forte, mais confiante e mais conhecedora de mim mesma. E teve mesmo de ser assim para me recuperar a mim mesma. Acho que muitas vezes as pessoas não fazem esse processo e por isso fazem depender dos outros a sua própria felicidade. Esse é o maior risco que podemos correr.
    Gostei muito deste texto, obrigada pela partilha.
    Beijinhos

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  8. Tens toda a razão, mesmo estando o mundo a evoluir aos poucos neste assunto continua a ser geral essa tendência para pensar que uma mulher precisa de alguém para viver (ou pelo menos para ser feliz). Isso só piora as situações de maus tratos...

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  9. Concordo plenamente com o que dizes. Disse isso muitas vezes a uma grande amiga minha que achava que não conseguia ser feliz sozinha e, sempre que terminava uma relação, ficava no fundo do poço!

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